sábado, julho 15, 2006

Nota sobre o amor II

Saldo da noite que passou: insônia, angústia e raiva.
Mas também foi bastante produtiva com relação a organizar minhs prioridade e o que preciso e o mais importante: o que realmente necessito.
Fiquei algumas horas analisando dois pontos de vista, para não dar uma de cega e ver somente o meu lado. A minha conclusão não foi realmente animadora...infelizmente.

Essa "empreitada" noturna me fez pensar sobre o amor, e muitas coisas relacionadas com ele. Muitas vezes caimos no erro de não dar ouvidos ao coração. Muitas tantas vezes a razão prevalece e tenta-se ( em vão) encontrar respostas plausíveis para situaçõs que envolvam este sentimento.

Nem tudo são "mar de rosas" e bem tranquilamente endosso que se fosse, seria impossível conviver com alguém, se tudo parece sempre 100%, com certeza alguém anda se anulando na história.

Até pensei em vir escrever isto hoje, na madrudada, mas com certeza nãso teria a mente clara nem seria ponderada, afinal, quando se está profundamente chateada com alguma situação é quase muito impossível ser sensata.

Hoje estou bem mais tranquila, posivelmente por dormir e pelas 40 mg de diazepan que foram necessárias para que eu me acalmasse. Odeio profundamente recorrer a remédios, mas sei o limite que posso aguentar. Nessa situação foi necessário, ou eu iria ter uma parada cardíaca devido a dor que sentia.

Muitas vezes as pessoas com as quais eu convivo confundem a minha paciência e entendimento com algo do tipo "limite extra estendido", e isso me acarreta muita frustração. Tenho conciência que parte disso é culpa minha, porque a minha tolerância é mesmo grande: detesto conflitos desnecessários e sempre que posso, procuro dar um margem larga de tempo. A gente nunca sabe quando o outro necessita mesmo fazer algo ou ausentar-se.

Tudo isso, tranquilamente eu entendo, aceito e concordo. E isso é ser bem eu. Amo-me nisso.
O que é real problema, quando se torna impossível não ler a situação, é quando tantas outras coisas e pessoas tem seu lugar e hora demarcados, e você, pela seu costumeiro entendimento, é deixado de escanteio. E não digo que seja algo proposital, muitas vezes é um traço de personalidade da pessoa e outras vezes, ela simplesmente não enxerga isso como uma realidade que está ocorrendo.

Tentativas de ilustrar tal situação acontecem muitas e pedidos também, mas ainda procuro entender o motivo de tal surdez. Acredito que, muitas vezes, as pessoas não dão a devida importãncia às palavrass dos outros, por analisarem como algo assim não tão urgente ou significante.
Mas os atos dizem mais que as palavras. Essa frase eu nunca vou esquecer.

É extremamente fustrante tentar demonstrar o quanto algo é necessário para si e ver isso bater e voltar, sem efeito algum. Nota-se que todo o "resto"tem seu lugar definido e tempo arranjado, mas você pode e deve esperar uma brecha, um tempo que reste e não reclamar. Afinal tem-se tanto a se fazer e pensar e viver, e todo o resto relacionado a sentimentos pode esperar.

Chega uma hora em que se percebe a real situação de algo. O mais frustrante é aceitar que a pessoa sempre foi assim e você nunca viu. Ou por não querer ver, ou por ser tolerante demais.

O mais irritante é que as desculpas e justificativas são sempre racionais e plausíveis e quem as dá acaba por considerar-se no direito de negligênciar, afinal são coisas de urgência.
Mas aí, entre uma conversa e outra, os indícios da "falata de tempo" escapam quase que sorrateiros, machucando muito.
Há tempo para saídas, que são necessárias com certeza, afinal ninguém vive enclaururado. Há tempo para dormir e trabalhar, que são necessidades premente e urgentes. Há tempo para tudo, mas para nutrir o sentimento alheio... Bom esses são outros quinhentos, este pode esperar, afinal ele não tem prazo para entregar nada, não precisa ser mantido nem de comparecimento.

Bom, e aí as coisas começam a se desgastar, a perder a cor e o crédito. Aquela sensação de estar no final da lista de tudo na vida só vai crescendo e o amor se sufocando a cada dia.
Não é a distância que mata, nem as urgências, nem falta de tempo pelas coisas físicas e intelectuais, é o claro esquecimento e menos valia de algo importante.

Mas aí é que me peguei pensando sobre qual a importância desse sentimento, e na ocorrência circular de comportamentos como esse, por um "sempre" enquanto durar o amor.
Hoje em dia começo a considerar a efemeridade do amor, e no quanto ele é enfadonho para muitas pessoas.

Ah! Desculpem-me a sinceridade, apesar de toda a correia e tumulto e falta de tempo, quando se ama, alguma forma se acha de nutrir o sentimento.
Tenho inveja mesmo, dos tempos passados, em que se mandavam cartas de amor.

O beijo é realmente o termômetro do amor e em seguida o tipo de sexo que se realiza nesse contexto amoroso.
Basta rever, relembrar como anda o seu e você verá o porque da sua angústia e chateação. Basta ver, mas sem melodramas o quanto você se sente deixado de lado e chateado e quantas lágrias isso lhe custa.

Mas sobre todas essas coisas acima a pior de todas é sentir o menosprezo com algo que é importantíssimo pra você e que o outro sabe bem.

Isso dói. Muito.
As tentativas se esgotam e a canseira é inevitável e assim você para de tentar e se afasta. Perde a vontade, perde a voz pra repetir o que não se quer ouvir. E sofre.

Mas aí você vê claramente que isso é visto como bobagem pelo outro. E que cansaram de você. Mesmo que o outro não ache que veja assim e classifique como melodrama.

Hoje, depois do almoço, vou pro meu "refúgio" aqui em BNU, tentar por meus sentimentos em ordem e tomar algumas decisões sobre o que eu quero pra minha vida. O mais contradizente é que tal refúgio seja o pátio de uma igreja luterana e seu cemitério. Simplismente me apaixonei pela sua paz e leveza e pelo movimento de introspecção que ela gera.

O pior buraco no peito é o do amor.

Um comentário:

Leonardo L. disse...

Essa minha cata linda que eu amo demais. :*