terça-feira, março 23, 2010

So never think...

Eu tenho uma paixão particular por vampiros, coisa que vem da tenra idade. Primeiro o Drácula, depois Louis e Lestat e agora, por esses últimos anos, meio adormecida pela correria do dia a dia, reacendeu com Edward. Claro que o ator ajuda (ai se eu fosse 10 anos mais nova... uahhuaua), mas tem bem mais que isso.

E nem se trata de ser fã da tal saga Crepusculo não, foi algo na interpretação, na personagem, no misto e total... Na identificação perdida pela maturidade e vida adulta (rs). Algo prendeu a minha imaginação e porque não dizer trouxe de volta aquela mocinha que suspirava pelo Drácula, naquela cena com a Mina, em que eles provam da Senhora dos devaneios, A Fada Verde, tendo sangue e absinto correndo nas veias. Infinitas vezes desejei ter a mesma sorte, um encontro assim contundente, aterrador e por que não dizer sensual.

Sempre fui apaixonada pela elegância deles, pela classuda forma de envolver. Pela sedução violenta e voraz. Uma identificação de anos com seus gostos e firulas.
Não que eu seja uma "bebedora" de sangue, longe disso. Mas eu sinto uma proximidade intelectual, digamos mental, com eles.

Notei que em cada amor que tive, e nos tantos anos que passei a procura de algum que fosse real, sempre procurei algumas características deles as quais eu achava impossível abrir mão. Algumas encontrei, outras ainda não, algumas talvez nunca. Crescemos e infelizmente algumas coisas ricas perdemos pelo caminho, por comodidade ou pelos meandros da própria vida real.

Mas no particular mundo dos sonhos, nos delírios acordados que temos acesso e total privacidade, rodopio com esse meu vampiro particular... Uma delicada mistura de todos os outros. Um mundo completamente meu, sem véus, sem máscaras, sem ser de ninguém, nem mãe.

Sou apenas eu, minha, novamente. Sou alguém sem tempo determinado, sem prazos... Apenas um vulcão de emoções a flor da pele, açoitada por aquele olhar castanho-dourado, aquele hálito gelado. Sou aquela que passeia as mãos pelos cabelos e tamborila os dedos em um peito mudo, mas não vazio.

A realidade por muitas vezes me sufoca. E tento esquecer a maior parte do tempo a minha sede por sedução. Por ser seduzida forte e contundentemente algumas vezes por semana. Mas sei que esse desejo é desonesto com o resto do mundo, já que é íntimo e muitas vezes impossível de ser alcançado.

Insatisfação. Desejo. A sedução é o ouro do tolo. Minha diversão e perdição. Alimenta-me e mesmo assim me sinto a míngua, esfomeada. E sedenta.

Ando torturada.

Com certeza a melhor definição. E minha vontade por escrever maior a cada dia. A dor no peito aumentando.

Prenuncio de avalanche de letras.

Meus desejos são com certeza muito mais lascivos que os da adolescência, mais conturbados e inebriantes. Frios, egoístas e calculistas. Quero tudo e mais, a cada segundo.

Hoje sou o descontrole da paixão avassaladora. O sangue derramado... A ponta da faca. Quero o todo, toda vida. Salivo por destroçar a paz, rasgando-a a dentadas infectadas por um desejo pungente de posse, de consumação.

Quero a guerra dos corpos, as dores de uma noite agitada. Todo pecado em um só copo, toda malícia. O sabor da caça.

Mergulho meus anseios em uma taça de vinho tinto, seco. Como se bebesse o sangue da vida, e com ele toda a perdição. E no meu peito, milhares de gritos mudos.

Sinto que me espreita. Sinto-me quase de volta.

Um comentário:

Draupadi disse...

Que lindo Di , estou com uma ansiedade assim também ... e tudo que posso dizer é que minha perdiçao e minha salvação moram no mesmo Local ... Te Amo demais